CÂNCER
O que é câncer e quais são alguns de seus tipos mais comuns?
O corpo humano contém trilhões de células agrupadas para formarem tecidos e órgãos.
A maioria das células normais crescem, se reproduzem e morrem em reposta a sinais
externos e internos do organismo. Se esses processos ocorrem de modo equilibrado
e de forma ordenada, o corpo permanece saudável executando suas funções normais.
No entanto, uma célula normal pode sofrer uma alteração no material genético (DNA),
passando a ser uma célula mutada. Se não for combatida pelo próprio organismo, pode
se dividir de maneira desordenada e dar origem a um
tumor ou
neoplasia. Quando
essas células passam a invadir outros tecidos e órgãos são denominadas malignas
ou cancerosas.
Câncer, portanto, é o nome dado a um grupo de mais de 200 doenças que se caracterizam
pela divisão celular desordenada e pela capacidade que estas células, que sofreram
modificações em seu material genético, têm de invadir tecidos e órgãos, podendo
espalhar-se para diversas regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, tais células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,
determinando a formação de
neoplasias
malignas, também chamadas de
tumores
malignos, que adquirem a capacidade de migrar, via circulação sanguínea
ou linfática, e de se desenvolver em outros órgãos, muitas vezes, distantes do seu
local de origem. Esse último processo dá origem às
metástases, um importante obstáculo ao controle do câncer.
Os cânceres são divididos de acordo com o tecido em que a doença se desenvolve primeiramente:
carcinomas,
sarcomas,
linfomas e
leucemias.
O tratamento dependerá do tipo de câncer presente e do grau de estadiamento (invasão).
Quanto mais cedo for diagnosticado, menos agressivo o tratamento e maior a probabilidade
de cura. Por isso é tão importante fazer os exames de prevenção recomendados para
cada caso, para que se possa detectar a doença ainda na sua fase inicial, não invasiva,
e erradicar totalmente a doença. Vale lembrar que o câncer não é uma doença transmissível
mesmo nos contatos interpessoais mais íntimos e que sua prevenção também está relacionada
a uma vida saudável, com boa alimentação, prática de exercícios, proteção contra
o sol e sem cigarro - comprovadamente um dos principais vilões em diversos tipos
da doença.
Incidência no Brasil
De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), na pesquisa
“Estimativa 2008: Incidência de Câncer no Brasil”, atualizada a cada dois anos,
o câncer é a segunda causa de morte mais freqüente no país.
No Brasil, as estimativas para o ano de 2008 e 2009 apontam que serão 466.730 novos
casos de câncer por ano. O tipo de maior incidência é o câncer de pele do tipo não-melanoma
(115 mil casos novos), seguido pelos tumores de próstata (49 mil), mama feminina
(49 mil), pulmão (27 mil), cólon e reto (27 mil), estômago (22 mil) e colo do útero
(19 mil).
São esperados 231.860 casos novos em homens e 234.870 em mulheres. De maneira geral,
as regiões Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas, enquanto que as regiões Norte
e Nordeste, as menores incidências.
Os tumores de maior incidência no sexo masculino são o câncer de pele não melanoma
(56 mil casos novos), próstata (49 mil), pulmão (18 mil), estômago (14 mil) e cólon
e reto (12 mil). E Para o sexo feminino destacam-se os tumores de pele não-melanoma
(59 mil casos novos), mama (49 mil), colo do útero (19 mil), cólon e reto (14 mil)
e pulmão (9 mil).
Incidência no mundo
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, em 2005, de um total de 58 milhões
de mortes ocorridas no mundo, o câncer foi responsável por 7,6 milhões, o que representa
13% de todas as mortes. Os tipos de câncer com maior mortalidade foram: pulmão (1,3
milhão); estômago (cerca de 1 milhão); fígado (662 mil); cólon (655 mil); mama (502
mil). Do total de óbitos por câncer ocorridos em 2005, mais de 70% ocorreram em
países de média ou baixa renda (WHO, 2006). Estima-se que em 2020 o número de casos
novos anuais seja da ordem de 15 milhões. Cerca de 60% destes novos casos ocorrerão
em países em desenvolvimento.
Câncer de Boca
O câncer de boca pode se desenvolver no lábio, principalmente no inferior, e na cavidade
oral, que abrange língua, gengivas, assoalho bucal (embaixo da língua), mucosa oral
(parte interna das bochechas) e o palato duro (céu da boca).
O cigarro é o principal causador do câncer de boca e os riscos aumentam ainda mais
quando o fumante também exagera na bebida alcoólica. Agressões constantes, exposição
intensa ao sol, queimaduras em geral, má higiene bucal e uso de próteses dentárias
mal ajustadas são outros fatores que podem levar ao desenvolvimento deste tipo da
doença, que geralmente incide em pessoas acima dos 40 anos.
O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que
não cicatrizam em uma ou duas semanas. Pode ocorrer também o aparecimento de ulcerações
superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores, que podem causar sangramento
e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade
para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença
de caroço no pescoço são sinais de câncer de boca em estágio avançado.
Quando o tumor está visível, seu diagnóstico é feito por meio de uma biópsia. Para
medir o avanço desse câncer, utiliza-se a tomografia, ressonância magnética e a
ultra-sonografia, que verificam os tecidos/órgãos e/ou linfonodos (gânglios) atingidos.
O tratamento de câncer de boca geralmente envolve cirurgia e/ou radioterapia. Para
indicar o procedimento adequado, o médico deve analisar se as lesões são iniciais
ou se já apresentam disseminação para gânglios linfáticos do pescoço ou para outras
regiões do corpo. No primeiro caso, tanto a cirurgia quanto a radioterapia, dependendo
da localização de cada tumor, apresentam bons resultados, atingindo uma curabilidade
de 80%. Nos casos mais avançados, em que a cirurgia não é possível, utiliza-se a
quimioterapia associada à radioterapia.
Pessoas com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados e portadores de próteses
mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes
tratados e fazer uma consulta ao dentista anualmente. Uma dieta saudável, rica em
vegetais, legumes e frutas também ajuda na prevenção. Para prevenir o câncer de
lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar e chapéu de
aba longa).
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Câncer de Colo do Útero
É um tumor que se desenvolve na parte inicial do útero (colo), voltada para a vagina.
Geralmente seu crescimento é lento e previsível, o que possibilita o diagnóstico
precoce. Quando não detectado, o câncer pode se infiltrar no colo, invadindo o útero,
a vagina e os gânglios linfáticos, por onde células cancerosas podem entrar na circulação
linfática e migrar para outras partes do corpo.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, os principais fatores de risco estão associados
às baixas condições sócio-econômicas (que além de retardar o diagnóstico, impedem
o tratamento adequado e precoce), ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade
de parceiros sexuais e ao tabagismo.. Estudos recentes mostram ainda que o vírus
do papiloma humano (HPV) está presente em quase 100% dos casos de câncer do colo
do útero. Por isso, uma das formas de prevenir a doença é a prática do sexo seguro.
Além disso, toda mulher em atividade sexual, especialmente com idade entre 25 e 59
anos, deve fazer o exame preventivo periódico, o Papanicolau.
A extensão da doença é fator determinante para a escolha do tipo de tratamento. Quando
o tumor está restrito à região cervical (porção da coluna que forma o pescoço),
a cirurgia aliada à radioterapia, leva à cura na maioria dos casos. Também pode
ser utilizada a braquiterapia (radioterapia do colo, por via vaginal) Em casos mais
graves, se faz necessária a remoção do útero e dos ovários
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Câncer de Intestino ou Cólon e Reto
São tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Incide em homens e mulheres
na mesma proporção. Diagnosticado precocemente é curável em 75% dos casos.
Entre os fatores de risco estão:
- Idade acima de 50 anos
- Histórico familiar de câncer de cólon e reto
- Dieta com alto conteúdo de gordura, carne e baixo teor de cálcio e fibras
- Obesidade e sedentarismo
- Doenças inflamatórias do cólon como retocolite ulcerativa crônica e Doença de Cronh
- Doenças hereditárias como a Polipose Adenomatosa Familiar (FAP).
Uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio e pobre em gorduras
animais, e a prática de exercícios físicos são as principais medidas preventivas
contra esse tipo de câncer.
Os principais sintomas são fezes com sangue,, anemia de origem indeterminada, emagrecimento
acentuado, dor abdominal, massa abdominal, constipação, diarréia, náuseas, vômitos
e fraqueza.
A cirurgia para retirada da parte do intestino afetada e dos linfonodos próximos
a esta região é o tratamento mais recorrente para esse tipo da doença. Após o tratamento
cirúrgico, a radioterapia associada ou não à quimioterapia é utilizada para diminuir
a possibilidade da volta do tumor.
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Câncer de Estômago
Também conhecido como câncer gástrico, o câncer de estômago tem como fator de risco
preponderante, além do tabagismo, uma alimentação pobre em vitamina A e C, carnes
e peixes, ou ainda com um alto consumo de nitrato, alimentos defumados, enlatados,
com corantes ou conservados no sal. A má conservação dos alimentos e a ingestão
de água com alta concentração de nitrato também estão relacionados com a incidência
do câncer de estômago.
A anemia perniciosa (deficiência de vitamina B12), as lesões pré-cancerosas como
a gastrite atrófica e metaplasia (transformação do tecido) intestinal e as infecções
gástricas pela bactéria Helicobacter pylori também podem ter relações com o aparecimento
da doença. Pessoas fumantes, que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido
submetidas a operações no estômago também têm maior probabilidade de desenvolver
este tipo de câncer.
Por isso, para prevenir o câncer de estômago é fundamental manter uma dieta balanceada
composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras. Além disso,
é importante o combate ao tabagismo e diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.
O câncer de estômago não apresenta sintomas específicos, porém, perda de peso, fadiga,
sensação de plenitude gástrica, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente
podem indicar uma doença benigna ou mesmo o desenvolvimento de um câncer. Massa
palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado e presença de
linfonodo (íngua) na região inferior do pescoço indicam o estágio avançado da doença.
Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago são homens com mais
de 50 anos. Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra, houve um
declínio da incidência do câncer gástrico, mas países da América Latina, como Costa
Rica, Chile e Colômbia, ainda apresentam alta taxa de mortalidade. O maior número
de casos de câncer de estômago ocorre no Japão, cerca de 780 casos por 100.000 habitantes.
Não se sabe ao certo o motivo, mas estudos apontam o tipo de alimentação como uma
das causas desta alta incidência.
A cirurgia é a principal alternativa terapêutica para o câncer de estômago. A radioterapia
e a quimioterapia são considerados tratamentos secundários que, associados à cirurgia,
podem determinar melhor resposta ao tratamento.
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Câncer Infantil
Embora o câncer não seja muito comum em crianças, é a terceira maior causa de morte
infantil atrás apenas de acidentes e doenças infecciosas. Suas causas são desconhecidas,
mas sabe-se que, de maneira geral, as crianças não herdam ou nascem com câncer.
De acordo com recomendações do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer
(Graacc), os pais devem ficar alerta para os seguintes sintomas:
- Febre prolongada
- Hematomas e manchas roxas sem que a criança tenha se ferido
- Anemia aguda
- Aumento dos gânglios (ínguas), com ou sem dor no local
- Dor e inchaço nas articulações (juntas)
- Dores que fazem a criança parar de brincar ou acordar à noite
- Dor constante em uma das pernas ou braços, com ou sem inchaço e vermelhidão
- Dor de cabeça freqüente, principalmente de manhã ou acompanhada de vômitos
- Perda do equilíbrio
- Inchaço na barriga
- Nódulos que se palpa na barriga, com ou sem dor
- Reflexo branco na pupila, quando é tirada fotografia com flash
- Sangue na urina
- Pressão alta
- Aumento do escroto ou endurecimento de um dos testículos
Quando diagnosticado na fase inicial, o câncer infantil pode ser curado em cerca
de 70% dos casos.
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Câncer de Laringe ou de Garganta
Esse tipo de câncer engloba as cordas vocais, onde se localiza a maior parte dos
tumores, e a laringe supraglótica, isto é, acima das cordas vocais.
O câncer de laringe é responsável por aproximadamente 25% dos cânceres que atingem
a região da cabeça e do pescoço e, assim como no câncer de boca, os fatores de risco
que mais se destacam são o tabagismo e o alcoolismo.
Seu principal sintoma é alteração na voz, a rouquidão. Nas lesões avançadas, o paciente
costuma sentir dor, dificuldade em engolir e sensação de “caroço na garganta”. Também
em estágios mais avançados da doença, o tumor pode bloquear a passagem de ar, fazendo
com que o paciente tenha dificuldade para respirar.
Para diagnosticá-lo é necessário realizar uma laringoscopia, exame feito com anestesia
tópica. O procedimento é realizado pela boca, com o paciente sentado, o que permite
ver detalhadamente as estruturas da laringe.
Inicialmente, a principal forma de tratamento é a retirada cirúrgica, e algumas vezes
apenas essa cirurgia basta. Posteriormente o paciente é encaminhado para tratamento
com quimioterapia ou radioterapia
Muitos pacientes apresentam dificuldades de deglutição e, por isso, recomenda-se
que sejam acompanhados pelo médico e por um nutricionista.
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Câncer de Mama
É o mais freqüente entre mulheres nas regiões sul e sudeste do Brasil, excluindo
o câncer de pele não-melanoma. Alguns fatores ajudam a explicar essa alta incidência.
Além dos antecedentes familiares, adiamento da primeira gestação, administração
de hormônios por vários anos, após a menopausa, tabagismo e alcoolismo crescentes
entre as mulheres.
O diagnóstico começa com a observação de qualquer alteração nas mamas, como aparecimento
de nódulo ou endurecimento da mama ou embaixo do braço; mudança no tamanho ou no
formado da mama; alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da
auréola; secreção contínua por um dos ductos; retração da pele da mama ou do mamilo
(papila); inchaço significativo ou distorção da pele.
Quando detectado precocemente, principalmente quando o câncer ainda não se espalhou
por outros tecidos e órgãos, a possibilidade de cura é muito grande e o tratamento
muito menos agressivo. Nesse sentido, mulheres acima de 40 anos devem fazer anualmente
exames de mamografia associada à ultrassonografia. A mamografia permite que o diagnóstico
seja feito antes que o tumor torne-se palpável, o que permite que a mama seja preservada
e só o local comprometido seja retirado (sectorectomia). O auto-exame também auxilia
a detectar o câncer precocemente, com possibilidade de retirada do tumor mesmo sem
remover a mama. Por isso, os médicos recomendam que as mulheres apalpem e observem
rotineiramente as mamas. Caso haja alguma alteração, um médico deverá ser imediatamente
consultado.
Os dois tipos mais freqüentes do câncer de mama são: o carcinoma, que se forma nos
ductos, que levam o leite dos lóbulos para o mamilo, e o sarcoma, que se desenvolve
nos tecidos de sustentação.
O câncer de mama pode ser tratado por meio de radioterapia, quimioterapia, terapia
hormonal ou cirurgia. Dependendo das necessidades de cada paciente, o médico poderá
optar por um ou pela combinação de dois ou mais métodos. No caso da necessidade
de se retirar a mama (mastectomia), os médicos recomendam a cirurgia plástica de
reconstrução, um direito da paciente.
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Câncer de Ovário
Embora sua incidência seja menor que a do câncer de mama e de colo do útero, trata-se
do câncer ginecológico com maior índice de mortalidade, pois cerca de 70% a 80%
dos casos de câncer de ovário são descobertos já em estágio avançado, quando aparecem
os primeiros sintomas: dor e inchaço no abdômen, náusea e sangramento.
O antecedente genético é um fator de risco em cerca de 10% dos casos diagnosticados
de câncer de ovário, mas nos 90% de casos restantes não se sabe exatamente o que
leva a mulher a desenvolver esse tipo da doença. O que se sabe é que quanto maior
o período fértil da mulher (período entre a primeira e a última menstruação) maior
o risco de incidência.
O exame de ultra-sonografia é capaz de detectar se existem ou não alterações nos
ovários. Os cistos que frequentemente aparecem nos ovários são benignos (com raras
exceções), enquanto tumores sólidos necessitam de investigação para afastar uma
lesão maligna.
O diagnóstico também pode ser feito por meio da análise da presença de marcadores
tumorais no sangue da paciente, como o CA 125, o CEA ou o beta-HCG. A desvantagem
dos marcadores é que eles podem apresentar variações em seus resultados ou não indicar
a presença de tumor quando este se encontra em estágio inicial.
O tratamento mais utilizado contra o câncer de ovário é sua retirada cirúrgica, acompanhada
de quimioterapia.
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Câncer de Pele
O câncer de pele do tipo não-melanoma é o de maior incidência no Brasil. Ocorre por
conta do desenvolvimento anormal das células da pele, que se multiplicam repetidamente
até formarem um tumor. Já o melanoma, apesar de menos freqüente (4% a 5% dos casos),
é muito mais perigoso, respondendo por 20% dos casos de morte devido ao câncer de
pele.
Os principais sintomas deste tipo da doença são: manchas que coçam, ardem, escamam
ou sangram; sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor; feridas que não
cicatrizam em quatro semanas; mudança na textura da pele ou dor.
A radiação ultravioleta (presente nos raios solares e nas cabines de bronzeamento
artificial) é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer da pele, pois
esses raios danificam o DNA das células da pele. É importante lembrar que o efeito
da radiação ultravioleta é cumulativa, ou seja, mesmo depois de parar de se expor
ao sol, as alterações da pele podem se manifestar anos depois. Por isso é importante
evitar a exposição solar prolongada, principalmente nos horários entre 10 e 15 horas,
e aplicar protetor solar mesmo nos dias nublados.
Além da exposição prolongada aos raios solares, pessoas que apresentam histórico
familiar de câncer de pele, pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros têm
maior propensão a desenvolver a doença.
Quando detectado precocemente, o câncer de pele tem cura. O principal tipo de tratamento
é a cirurgia, seguida pela radioterapia.
Leia Mais: Câncer de Pele – Auto-Exame
Os efeitos dos raios solares são cumulativos e decorrentes da exposição crônica ao
sol desde a infância. Além do uso diário de protetor solar, é importante fazer uma
auto-avaliação regular da pele para detectar precocemente qualquer lesão que possa
sugerir um câncer da pele. Alguns sinais que merecem atenção:
- Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada,
castanha, rósea ou multicolorida.
- Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas
e cresce de tamanho.
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira,
crostas, erosões ou sangramento.
Confira abaixo como fazer um auto-exame da pele. Ao perceber qualquer sinal ou mancha,
procure um dermatologista.
Método para realização do auto-exame:
- Observe se rosto, especialmente o nariz, lábios, boca e orelhas. Observe em seguida
o couro cabeludo e o pescfoço em toda sua extensão.
- Cheque suas mãos com cuidado, incluindo os dedos e debaixo das unhas, checando os
antebraços e braços em toda sua extensão.
- Observe seu tórax. Se você é mulher, examine as mamas incluindo a região inferior.
- Para observar as costas, use um espelho de mão refletindo sua imagem em um espelho
maior. Faça uma exploração completa descendo da altura do pescoço até a região lombar
(parte inferior das costas).
- Continue observando atentamente das coxas até os pés. Sente-se ao final e examine
com cuidados os pés incluindo os dedos, as unhas e a região plantar (sola dos pés).
Finalmente observe a área genital com o auxílio do espelho de mão.
Fonte:
- Prof. Dr. Jayme de Oliveira Filho
www.sbd.org.br
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Câncer de Pele - Melanoma
O melanoma é um tipo de câncer de pele extremamente agressivo que, ao contrário dos
carcinomas (maioria dos cânceres de pele), não se desenvolve na superfície, mas
sim em camadas mais profundas - no melanócito (célula que produz a melanina ou pigmento
da pele).
Apesar de estar relacionado com a radiação solar, já que atinge células que se mobilizam
quando o indivíduo se expõe ao sol, não há nenhuma prevenção específica contra este
tipo da doença. As últimas pesquisas sobre o tema comprovaram que ainda não foi
desenvolvido um filtro solar capaz de proteger totalmente contra esse tipo de câncer.
Além da exposição à irradiação solar, a proliferação do melanoma está intimamente
relacionada a fatores imunológicos, ou seja, geralmente se manifesta quando o organismo
está debilitado.
O melanoma apresenta alta incidência de metástases, principalmente em órgãos nobres
como pulmão, fígado e cérebro. De difícil tratamento, esse tipo da doença não responde
bem à quimioterapia, por isso o tratamento mais utilizado é a imunoterapia.
Leia Mais: Câncer de Pele – Melanoma – Regra do ABCD
É muito importante que você saiba a diferença entre um sinal "inofensivo" e um melanoma
(tipo maligno de câncer da pele). Manchas congênitas (que nascem conosco) e pintas
que merecem atenção especial. Os sinais abaixo podem caracterizar, dependendo do
seu padrão, im câncer da pele. Por isso, é fundamental fazer o auto-exame periodicamente
e prestar atenção em eventuais mudanças dos sinais. Veja abaixo as diferenças de
aparência, cor, forma e tamanho entre os sinais benignos e malignos (possivelmente
um melanoma).
A - Assimetria:
Alguns melanomas malignos são assimétricos no estágio precoce. Já os sinais inofensivos
são redondos e simétricos.
B - Borda:
Normalmente, os melanomas malignos apresentam bordas irregulares. Os sinais comuns,
pelo contrário, têm bordas lisas e regulares.
C - Cor:
Tons que variam entre castanho escuro e preto são, geralmente, o primeiro indício
de um melanoma maligno. Os sinais benignos apresentam, na maioria das vezes, só
um tom de castanho.
D - Diâmetro:
O melanoma maligno tem muitas vezes, um diâmetro superior a 6mm. Os sinais, na maioria
dos casos, não passam de 6mm (dimensões de uma borracha de lápis).
Fonte:
- Prof. Dr. Jayme de Oliveira Filho
www.sbd.org.br
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Câncer de Próstata
As causas do câncer da próstata são ainda ignoradas, mas sabe-se que alguns homens
têm maior predisposição a desenvolver o problema. A chance é maior quando existem
casos familiares. Obesidade, vasectomia e excesso de atividade sexual, lembrados
como possíveis causadores do câncer da próstata, parecem não ter qualquer vínculo
com o surgimento da doença.
O câncer da próstata é curável em 70% a 90% dos pacientes quando identificado nas
fases iniciais. Quando o câncer se expande e atinge tecidos vizinhos ou se alastra
pelo organismo só é controlado em 30% a 40% dos pacientes. Isso explica os esforços
dos especialistas para identificar precocemente a doença.
Urologistas recomendam que todo homem com mais de 50 anos (ou mais de 40 anos, quando
existem casos na família) realizem anualmente o toque da próstata, a dosagem no
sangue do chamado antígeno prostático específico (PSA), e, quando necessário, o
estudo de ultra-som transretal.
Pacientes com tumores restritos à glândula são tratados com cirurgia ou com radioterapia
e, quando o tumor estende-se para os tecidos vizinhos ou atinge outros órgãos, costuma-se
indicar o tratamento hormonal. A terapia hormonal é também utilizada para poupar
o paciente de procedimentos mais agressivos.
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Câncer de Pulmão
Entre todos os tipos de câncer, o de pulmão é o mais letal. Isso acontece porque
é um tipo da doença que não apresenta sintomas em sua fase inicial. Na maioria dos
casos só é descoberto em estágio avançado, quando o paciente apresenta sintomas
como tosse diferenciada, tosse com sangramento, falta de ar e dor no tórax.
O tabagismo é o principal fator de risco para câncer de pulmão. Dos casos de câncer
diagnosticados, 85% são em fumantes, sendo que dos 15% restantes aproximadamente
5% são fumantes passivos.
Além do tabaco, há outros agentes químicos que afetam principalmente as vias aéreas,
que podem levar ao desenvolvimento de um câncer de pulmão, como arsênico, níquel,
cádmio, cromo, radônio, asbesto e berílio. Irradiações, antigas lesões pulmonares,
hábitos alimentares, fatores genéticos e históricos familiares também podem contribuir.
As pessoas que apresentam os sintomas do câncer de pulmão, geralmente, devem fazer
um raio-X do tórax complementado por uma tomografia computadorizada. Para que haja
confirmação do diagnóstico é preciso retirar e examinar uma parte do tecido suspeito,
ou seja, fazer uma biópsia. A partir da confirmação, é preciso analisar seu grau
de avanço para determinar qual o tratamento mais indicado.
Para tumores detectados precocemente, o tratamento com maior probabilidade de cura
é a retirada cirúrgica. A quimioterapia é utilizada na maioria dos casos exclusivamente
ou combinada com cirurgia. Já a radioterapia é utilizada em poucos casos quando
o tumor é pequeno, mas não pode ser retirado cirurgicamente.
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Leucemia
A leucemia é a proliferação anormal e desordenada dos leucócitos, células produzidas
na medula óssea, prejudicando a produção das outras células do sangue, como glóbulos
vermelhos (hemácias) e plaquetas. Nesse sentido, seus principais sintomas são: palidez,
anemia, sangramentos no nariz e na gengiva, além do aparecimento de hematomas (equimoses)
e de pequenas manchas vermelhas na pele (petéquias). O paciente também pode apresentar
febre e infecções, pois apesar de produzir grande quantidade de glóbulos brancos,
eles não atuam na defesa do organismo, conforme sua função original.
Existem evidências da maior incidência de leucemia aguda, principalmente mielóide
em crianças portadoras do gene de Síndrome de Down. Fatores genéticos, químicos
(exposição a substâncias como benzeno e radiação), ambientais (lugares muito poluídos)
são elementos estimuladores de diversos tipos de câncer, entre eles a leucemia.
A leucemia se divide em dois grupos:
- Leucemia linfóide aguda ou linfoblástica - alteração nos linfoblastos (glóbulos
brancos imaturos). Um de seus principais sintomas é o aumento (formação de ínguas)
dos gânglios, linfonodos, baço e rins. Este tipo da doença é mais comum em crianças
(de 3 a 9 anos) e apresenta um bom prognóstico, especialmente quando o diagnóstico
é feito precocemente. Em cerca de 80% dos casos o paciente é curado sem que haja
reincidência.
- Leucemia mielóide ou mieloblástica – mais comum em adultos acima dos 35 anos, esse
é um tipo mais raro de leucemia e sua probabilidade de cura sem reincidência é menor.
O tratamento varia de acordo com o tipo da leucemia, mas geralmente a principal estratégia
contra a doença é a aplicação da quimioterapia sistêmica, que age de forma abrangente,
com duração de um a dois anos. Isso porque, mesmo com a aplicação dos medicamentos
quimioterápicos, algumas células cancerosas podem não ser atingida nas primeiras
aplicações, levando o paciente a ter recaídas.
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Linfoma de Hodgkin
É uma neoplasia maligna que tem origem nos linfonodos (gânglios), importantes no
combate a infecções. Afeta principalmente homens (60%) entre 20 e 30 anos. Suas
principais características são: aumento do tamanho dos linfonodos e hipertrofia
(aumento de volume) do baço e muitas vezes do fígado. Também pode haver aumento
do número dos leucócitos no organismo, além de anemia, febre constante, sudorese
noturna e perda de peso.
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Linfomas Não-Hodgkin
Por razões ainda desconhecidas, o número de casos de Linfomas Não-Hodgkin, que incluem
mais de 20 tipos diferentes, praticamente duplicou nos últimos 25 anos, especialmente
entre pessoas acima de 60 anos.
Segundo o Instituto Nacional do câncer, apesar da causa deste tipo de câncer ainda
ser desconhecida, há alguns fatores de risco a serem destacados:
- Sistema imune comprometido - Pessoas com deficiência de imunidade em conseqüência
de doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras e infecção pelo
HIV, têm maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus Epstein-Barr,
HTLV1, e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras gástricas), têm risco
aumentado para alguns tipos de linfoma;
- Exposição Química - Os Linfomas Não-Hodgkin estão também ligados à exposição a certos
agentes químicos, incluindo pesticidas, solventes e fertilizantes. Herbicidas e
inseticidas têm sido relacionados ao surgimento de linfomas em estudos com agricultores
e outros grupos de pessoas que se expõem a altos níveis desses agentes químicos.
A contaminação da água por nitrato, substância encontrada em fertilizantes é um
exemplo de exposição que parece aumentar os riscos para doença;
- Exposição a altas doses de radiação.
Entre os sintomas, destacam-se o aumento dos linfonodos do pescoço, axilas e/ou virilha,
sudorese noturna excessiva, febre, coceira na pele e perda de peso inexplicada.
A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia, ou com uma combinação
de ambas, porém, a imunoterapia está sendo cada vez mais incorporada ao tratamento,
isoladamente ou associada à quimioterapia